O destino marcou este reencontro em um local distante de nossas origens por motivos diferentes. Os dois da cidade de Santos e amigos de infância. Quantas vezes fomos à Vila Belmiro, nos jogos de sábado ou domingo à tarde, e, após a partida, íamos eu, você, Mau, Edu, Marcelo, Clauber... a pé pelo Canal 2 até a praia. Fazer o quê? Jogar bola! Isso quando antes não passávamos na casa da minha avó Lourdes para comer um pão frito. Muitas vezes deixávamos a bola por lá. Pegávamos a redonda e íamos para o nosso "Maracanã": a Praia do Boqueirão, em frente à Avenida Conselheiro Nébias.
Fábio, que era nosso goleiro, no gol virava Pablo. Outro dia, quando ele me avisou que viria ao Rio, pensei: "por que Pablo?" Cheguei à seguinte conclusão: era por causa de Rodolfo Rodrigues, goleiro uruguaio do Santos. A nacionalidade do barbudo goleirão santista transformou Fábio em Pablo. Era bom goleiro esse Pablo. Jogava na linha também. Ele sim, era o verdadeiro curinga.
O quintal da casa de meus pais, o campo do Portuários, a rua, a praia... Só faltou jogarmos na lua. Treinávamos cruzamentos, disputávamos o "três dentro, três fora", arrumávamos um "contra", chamávamos moleques que já estavam na praia para um "três vira, seis acaba". Acabávamos de jogar, íamos beber água do chuveirinho - e não ficávamos doentes - sentávamos na bola, passavam outros moleques, chamávamos pra jogar e tudo começava novamente. Nós tivemos infância!
E esse reencontro serviu para relembrar os velhos tempos e celebrar os novos. Hoje, meu amigo, você tem esposa e uma filha linda, está mais "cheinho", rs, mas nossa amizade continua a mesma. Foi muito legal assistir a um jogo de Copa do Mundo ao seu lado.
Valeu, irmão! Valeu, Paaaaablooooo!!!
Amizade quando é verdadeira nunca acaba !
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